O envelhecimento populacional e a queda das taxas de fecundidade têm trazido novos desafios ao sistema de saúde. Ao longo dos últimos 25 anos, o país experimenta uma transição epidemiológica com transformações importantes no perfil de morbimortalidade da população pela grande redução de doenças infecciosas, como doenças diarreicas, infecções respiratórias, tuberculose, doenças imunopreviníveis, mortalidade infantil e materna. Em contrapartida, as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) têm respondido por cerca de 75% da perda de anos de qualidade de vida e óbitos, atualmente.
Segundo o Global Burden of Disease, as doenças crônicas não transmissíveis constituem o problema de saúde de maior magnitude, devido ao seu rápido crescimento nas últimas duas décadas e por suas consequências na população acometida. São responsáveis pelas principais das causas de óbitos, com destaque para doenças do aparelho circulatório (31,3%), neoplasias (16,3%), diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), no Brasil.
Sedentarismo, consumo de alimentos industrializados, com alto teor de açúcar ou sódio, estresse, obesidade, inatividade física, uso de substâncias tóxicas são alguns exemplos de situações cada vez mais presentes no país, trazendo como consequências as DCNT.
Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, busca-se um envelhecimento bem-sucedido na população em geral, que tem se tornado um indicador essencial para avaliar a qualidade de vida de um país. Assim, é de extrema importância que os futuros profissionais da saúde conheçam o perfil epidemiológico do Brasil, pois isso influencia diretamente nas ações e orientações em saúde ao indivíduos em âmbito comportamental, social, econômico, biológico e ambiental.