Médicos da USP realizaram tratamento inédito que usa células do sistema imune do próprio paciente no combate a um tipo de câncer muito grave. Como funciona a técnica? O tratamento com CAR T-cell, do inglês, significa “célula T com receptor de antígeno quimérico”. O princípio da técnica é utilizar células geneticamente modificadas do próprio paciente, e constituir uma nova opção na terapia no combater o câncer. Nos Estados Unidos e outros países da Europa, seu uso comercial foi liberado em 2018 e rendeu no ano passado o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina aos seus precursores.
No caso brasileiro, os cientistas coletaram sangue do paciente e separaram os linfócitos T (um tipo de célula do sistema imune). Após a separação, eles utilizaram um uma espécie de vírus sintético que carrega no DNA a habilidade de reconhecer determinadas substâncias de interesse. Os linfócitos T modificados receberam um receptor que lhes permite reconhecer as células cancerosas do paciente. Após esta etapa, as células modificadas são novamente inseridas no paciente e então elas conseguem reconhecer e destruir as células cancerosas.
E quais são as perspectivas futuras? O grande problema desta opção de tratamento é o preço, nos Estados Unidos os custos podem chegar a 1 milhão de dólares. Sendo assim, a equipe da USP através do CTC (Centro de Terapia Celular) tem buscado formas para baratear o custo, e de alguma maneira oferecer esta opção de tratamento para paciente do SUS.